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AGO
05
05 AGO 2025
REGIONAL INDUSTRIAL
Industrial: conheça melhor a região que leva o nome da principal vocação da cidade
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Em celebração ao aniversário de Contagem, a Prefeitura está lançando uma série de matérias especiais, publicadas em duas edições por semana, no site oficial e nas redes sociais. A ideia é mostrar a história, desenvolvimento, cultura e os diversos espaços de convivência e lazer do município, destacando o que cada uma das oito regiões da cidade oferece. Além de apresentar os locais mais importantes e interessantes de cada região, as matérias também vão destacar histórias pessoais e marcantes de moradores, buscando fortalecer o sentimento de pertencimento e valorizar a identidade contagense.

Nos 114 anos de história e desenvolvimento de Contagem, a região Industrial sempre ocupou lugar de destaque. Criada em 1941, a Cidade Industrial Juventino Dias foi o primeiro Distrito Industrial (DI) planejado do país, consolidando-se como um dos principais polos do Brasil. Devido a sua localização, próxima à capital Belo Horizonte, com acesso a rodovias, ferrovia e outros recursos naturais da época, o local foi ganhando cada vez mais importância. Idealizado por Juscelino Kubitschek, o projeto de implementação da região integrava o Plano de Desenvolvimento da Capital.

A princípio, predominavam no local apenas as atividades agropecuárias e o comércio relacionado, mas, com o decorrer do tempo, a região passou por um processo de diversificação e assumiu sua vocação para a indústria. Desde a sua criação, a região impulsionou a transformação do perfil urbano da cidade, desempenhando um papel importante na geração de emprego e renda ao longo dos anos. Nesse sentido, planejou-se um bairro industrial que pudesse ser integrado como continuidade da malha urbana já existente no entorno.

Inspirada em Canberra, capital da Austrália, a Cidade Industrial foi projetada com um traçado em formato hexagonal, que converge para a praça da Cemig, um dos principais pontos de referência da região. A partir disso, importantes vias, como as avenidas Babita Camargos, Cardeal Eugênio Pacelli e a BR-381 se destacaram. Outro símbolo emblemático da região são as quatro torres do Shopping Itaú, remanescentes da antiga fábrica de cimento, desativada em 1998. Além de compor a paisagem, elas são um símbolo da vocação industrial da cidade, fazendo parte, inclusive, do brasão de Contagem, e representam um dos importantes cartões-postais do município.

     
As chaminés, símbolos da cidade, foram preservadas após a demolição das instalações da antiga fábrica de cimento e hoje compõem um dos cartões postais da cidade
Fotos:  Wikiloc Thiago Lacerda de Souza (1) / Arquivo Demolidora Desmontec (2) / Vitor Venâncio/PMC (3)

Morador da região Industrial há 40 anos, o aposentado José Antônio de Oliveira, relembrou as transformações que o local passou ao longo dos anos. “Quando cheguei no bairro Amazonas, era tudo estrada de chão e muito mato. Lembro que trabalhava com uma kombi, e ela vivia atolando na lama. Às vezes, eu fazia entrega com carrinho de mão e tinha que andar pelos trilhos para chegar aos locais. Não havia essa quantidade de casas igual a hoje, era uma casinha aqui e outra ali. Os postes eram todos de madeira e ficavam bem distantes uns dos outros. Comércio, quase não tinha. Com o tempo, tudo foi evoluindo, o número de moradores aumentou, as ruas foram sendo asfaltadas, o comércio cresceu e a região foi se desenvolvendo cada vez mais”.

Já a aposentada e moradora do bairro Industrial há 60 anos, Maria do Rosário de Castro, contou que se mudou para o local quando ainda tinha 10 anos de idade. “Meu pai foi um dos fundadores da região, que naquele tempo era cheia de eucaliptos, fazendas e sem infraestrutura como luz, asfalto e esgoto. Tudo era muito simples e as casinhas bem rústicas. A iluminação era feita com lamparinas. Lembro que o circo costumava vir para cá, e a gente brincava na rua com carrinhos improvisados. Minha família ajudou a criar a Associação Pedreira Santa Rita, e enfrentamos disputas territoriais entre a capital e a nossa cidade. Aos poucos a região cresceu com o comércio no Eldorado. Estudei, trabalhei 30 anos na Prefeitura, criei meus três filhos e vivi toda minha vida aqui, onde construí minha história”, afirmou. 

Desenvolvimento econômico e comércio local

Após a mudança significativa que a criação da Cidade Industrial trouxe para o desenvolvimento econômico da região, outros pontos comerciais foram surgindo e se expandindo. Entre eles, destacam-se a rua Tiradentes, as avenidas JK, Coronel Benjamin Guimarães e Alvarenga Peixoto, além dos bairros Amazonas, Jardim Industrial, entre outros. Com isso, os primeiros estabelecimentos começaram a se multiplicar, somando a implementação do Itaú Power Shopping, o que impulsionou fortemente a economia local, com geração de empregos, renda e serviços oferecidos.

Outro local que desempenha um papel importante para o desenvolvimento econômico da região é a Feira de Artesanato do Bairro Amazonas (Faba). Criada em 1960, sua origem está ligada a um episódio inusitado. Uma pane mecânica de um caminhão que seguia em direção à Ceasa impediu os agricultores de chegarem ao destino final. Para não perder a mercadoria e evitar desperdício, eles venderam seus produtos ali mesmo, no próprio bairro. O sucesso de vendas foi imediato e, aos poucos, a iniciativa foi se consolidando e se transformou na feira mais antiga de Contagem e uma das mais tradicionais da região metropolitana. 

  
A Feira do Bairro Amazonas ou Faba, como é conhecida, faz parte da história da região e, há mais de 60 anos, é ponto de encontro dos moradores aos domingos - Foto: Luci Sallum/PMC 

Atualmente, a feira de artesanato é montada todos os domingos, na rua Tiradentes, entre as avenidas Juscelino Kubitschek e Coronel Benjamin Guimarães,  das 8h às 15h, com uma ampla variedade de produtos. Com 380 barracas e aproximadamente 1.200 expositores, além de ser um ambiente para comercialização de produtos, hoje a Faba é um ponto de encontro capaz de transformar realidades, movimentar a economia e gerar empregos, integrando cultura, arte, convivência e lazer. 

O comerciante, Reginaldo Lucas, 42 anos, atua na região desde jovem, tendo como referência seu pai, que é proprietário do antigo estabelecimento Zé do Frango. “Nossa empresa existe desde 1983. Quando eu tinha 6 anos, já tinha lembranças de ajudar e ver meu pai trabalhando aqui. Naquela época, o comércio era bem menor, havia apenas a padaria, a farmácia do Robson, o bar e a loja do Beto. Com o tempo, a estrutura mudou, o trânsito aumentou, mas conseguimos manter os clientes antigos, além dos que foram chegando. Minha maior conquista são os meus filhos, pois, graças ao trabalho com meu pai, pude proporcionar uma boa educação e qualidade de vida para eles”, disse ele.

Principais obras

O Industrial recebeu importantes obras nos últimos anos. Apenas com a implementação do Programa “Asfalto Novo”, foram investidos mais de R$12,2 milhões na requalificação de 48 vias até o momento. Além disso, foram definidas dez intervenções prioritárias pelo Conselho Regional Industrial, somando aproximadamente R$6 milhões em investimentos de infraestrutura, edificações e áreas de lazer. Atualmente, seis delas já foram concluídas, entre elas a construção de um muro de contenção na rua Alexandrina de Souza e a revitalização do CSU Amazonas. As bacias de contenção B3, na antiga Vila PTO, e B4, na Vila Itaú, que são realizadas com verbas estaduais e executadas pela Prefeitura de Contagem, são fundamentais para minimizar os impactos das chuvas. 

 
As bacias de contenção B3 (Vila PTO) e B4 (Vila Itaú) vão reduzir os alagamentos históricos na região - Fotos: Adelcio Ramos/PMC

Inaugurada em setembro de 2023, a nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Industrial recebeu aproximadamente R$ 6 milhões de investimento, com o objetivo de aliviar a sobrecarga da UPA JK. Com atendimento exclusivo em ortopedia e pediatria, recebe mais de 6.500 pacientes por mês, garantindo atendimento próximo e rápido aos moradores da região. 

  
Especializada no atendimento ortopédico e pediátrico, a UPA Industrial tem garantido atendimento mais ágil e próximo aos moradores da região Industrial - Fotos: Fábio Silva/PMC

A moradora da região Maria Nunes Silva, 80 anos, relatou sua experiência de atendimento na nova unidade. Ela destacou o tratamento recebido pelos funcionários do equipamento de saúde e frisou a importância desse serviço para os moradores. “Fui atendida na UPA Industrial, no dia 25 de julho deste ano, após uma queda. Passei por todos os procedimentos e exames necessários, e o atendimento foi excelente, desde a recepção até os consultórios. Todos os funcionários desempenharam muito bem seus papéis e me acolheram com cuidado e respeito. A UPA desempenha grande importância para a região, pois muitas pessoas dependem do SUS para o cuidado de sua saúde”, afirmou.

Lazer e cultura

Em relação aos equipamentos de convivência, lazer e encontro, de 2021 até agora, o Industrial foi contemplado com revitalizações nas praças Nossa Senhora de Fátima, Vila São Paulo, Adeláide de Castro, Bandeiras, João XXIII, Dona Rosa Isidoro do Amaral, São José Operário e o parque Linear da Barraginha. Além disso, está em andamento a construção do parque Pedreira Santa Rita, que se tornará um importante equipamento para as famílias da região. Outro espaço de apoio e convívio para a população é o Centro Social Urbano (CSU) do bairro Amazonas. Ele também abriga equipamentos públicos importantes como a Administração Regional Industrial, que é a porta de entrada para os serviços da Prefeitura, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), a Unidade Básica de Saúde (UBS) Amazonas, a inspetoria da Guarda Civil, além do campo de futebol amador.

  
O CSU Amazonas além de abrigar atividades de cultura, lazer e esporte também é um ponto de encontro e convívio da população - Fotos: Vitor Venâncio/PMC (1) e Adelcio Ramos/PMC (2)

Uma das manifestações culturais mais conhecidas do Industrial é a tradicional Folia de Reis, que celebra a visita dos três reis magos (Gaspar, Melchior e Baltazar) ao menino Jesus após seu nascimento. Com início desde 1980, a região sediou um dos maiores encontros do gênero do estado, com 38 edições até o ano de 2020. Nesse âmbito, também fazem parte da história da região, a Associação da Guarda de Congado Nossa Senhora do Rosário, fortalecendo as expressões da cultura popular e religiosa e a roda de capoeira, realizada há mais de 30 anos na Feira do Bairro Amazonas e em associações e escolas da região. Além disso, a vocação operária da região foi preservada no Centro de Memória do Trabalhador da Indústria, localizado nas instalações da antiga fábrica Lafersa. 

  
Tradição cultural da região, a Folia de Reis promove o encontro de grupos de todo o Estado - Fotos: Geraldo Tadeu/PMC

O diretor da Folia de Reis, Paulo José de Lima, compartilhou sua trajetória como puxador do grupo. Para ele, a folia é uma manifestação cultural e religiosa de fé, identidade e história. “Comecei a tocar pandeiro, cavaquinho, violão e sanfona ainda nos anos 60, quando fui convidado a cantar numa folia no interior. Em 1971, me mudei para o bairro Industrial e, nos anos 80, passei a participar das folias, tradição que mantenho até hoje. Temos orgulho de levar essa música a festivais por toda a região e cidades vizinhas, onde somos sempre bem recebidos. Essa tradição está nas minhas raízes, meu avô era congadeiro, meu pai tocava sanfona, meus tios participavam das folias, e agora minhas netas já tocam violão. Mesmo com pouco estudo, tenho orgulho de participar dessa cultura que é parte importante da minha vida e da nossa comunidade.”

 Destaque no esporte

A região do Industrial já foi sede de um time de futebol. O Esab Esporte Clube, que existiu na década de 1970, foi uma equipe formada pelos funcionários da empresa Esab, localizada na cidade Industrial. Na época, os funcionários se juntaram e pediram a um dos diretores da companhia que comprasse uniformes para que pudessem jogar. O líder, apaixonado pelo esporte, não só aderiu à ideia, como contratou um treinador e custeou viagens e amistosos para o time. Aos poucos, também passaram a recrutar para a empresa apenas funcionários com habilidade para jogar futebol.

 
O ex-funcionário da empresa Esab, Márcio Goulart, jogou no time de futebol e relembrou os bons momentos - Fotos: Victor Venâncio/PMC

A equipe foi crescendo e atingiu o auge quando disputou a primeira divisão do Campeonato Mineiro por quatro anos consecutivos, além de vencer o maior torneio de futebol amador de Minas Gerais, a Copa Itatiaia, por duas vezes. Em 1978, a equipe chegou ao fim por um motivo inusitado, devido ao crescimento do time, estava tomando muito o tempo dos diretores e funcionários da empresa.

Para o funcionário da empresa e ex-jogador do Esab, Márcio Goulart, jogar no time representa bons momentos, nos quais guarda as lembranças na memória até hoje. “Entrei na empresa na época que o time de futebol estava ainda começando. Então, fui convidado para trabalhar e jogar. Fui contratado como embalador, e treinávamos durante a noite, em campos alugados. Lembro que jogávamos nos campos do Itaú, Magnesita e do Santos, na avenida Industrial. Joguei no clube até 1971, mesmo trabalhando somente seis meses na empresa. Eram bons tempos, acho que o treinador gostava do meu futebol. Eu era ponta esquerda, velocista e bravo”, falou.

Onde ir no Industrial?

  • Feira de Artesanato do Bairro Amazonas (Faba) - rua Tiradentes, entre as avenidas Juscelino Kubitschek e Coronel Benjamin Guimarães (aos domingos, das 8h às 15h).
  • CSU Amazonas -  rua Marquês do Paraná, 95, bairro Amazonas.
  • Praça Adelaide de Castro - s/nº - bairro Industrial.
  • Praça Dona Rosa Isidoro do Amaral - rua França Campos, bairro Industrial. 
  • Praça Nossa Senhora de Fátima - bairro Jardim Industrial.
  • Praça São José Operário - bairro Industrial.
  • Parque Linear Barraginha - rua Osório de Morais, 1888 - Cidade Industrial.



  

 

Autor: repórter Sheila Lemes com colaboração do estagiário Kauã Medeiros / Edição: Vanessa Trotta
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